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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Aqui

As paredes daqui são frias, o chão não parece ser cimento ou algo bem trabalhado, está mais para um chão de barro, pelo menos é o que parece, já que quase nunca dá pra ver algo daqui, normalmente tudo é escuro, solitário, ás vezes dá pra ouvir pequenos seres rastejantes á procura de comida ou mesmo desse lugar, que ás vezes é frio, ás vezes abafado, quando me levanto e saio daquele canto que sempre fico, raramente olho pra cima, mas quando olho, vejo uma ponta de luz, bem longe, o que me faz lembrar como afundei nesse tempo, lembro quando essa mesma luz ainda era comum aos meus olhos, me fazia sorrir e como pensar nisso me faz chorar.
Não sei se há como subir novamente, talvez tenha tentado pouco, mas tenho medo de como me acostumei com essa escuridão, era tudo tão diferente, e agora isso, acho que mereço estar aqui, nunca fiz nada certo, sempre fui um lixo mesmo... olha só, mais uma vez eu, com dó de mim... é, acho que sei como vim parar aqui...
Não há muito o que fazer aqui, quando não estou dormindo, estou tentando dormir pois é a única coisa boa que ainda me sobrou, quando sonho, lembro da minha mãe e parece que ela ainda está comigo, quando sonho parece que tenho uma nova chance pra fazer tudo dar certo; quando infelizmente acordo, algumas vezes esqueço até meu nome e são os dez segundos mais felizes da minha vida.
Acho que na verdade tenho medo de sair daqui e não saber como seguir a vida lá fora, talvez eu tenha me conformado com a dor e o fracasso, e encarar aquele mundo supostamente feliz, me mate mais do que o meu mundo triste, aqui dentro.